Ficou pronto o Subsídio Litúrgico bilíngue para nossa Semana Missionária! Ele será entregue aos peregrinos franceses e poderá ser acessado aqui pelo blog da Liturgia Diocesana. Confira!
sábado, 13 de julho de 2013
segunda-feira, 8 de julho de 2013
LECIONÁRIO EM FRANCÊS PARA A SEMANA MISSIONÁRIA
Continuando o trabalho de apoio às Equipes Paroquiais da Semana Missionária da Jornada Mundial da Juventude na Diocese de Imperatriz, a Equipe de Liturgia da SM apresenta o Lecionário em língua francesa para esses dias. É um instrumento de auxílio às Paróquias que receberão peregrinos franceses, de modo a facilitar o exercício do ministério de leitor para eles. No link abaixo o material pode ser consultado. É possível também fazer o download (basta cadastrar-se no Scribd - com a conta do Facebook, por exemplo).
terça-feira, 25 de junho de 2013
ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS PARA A SEMANA MISSIONÁRIA NA DIOCESE DE IMPERATRIZ
Apresentamos aqui o subsídio preparado pela Equipe de Liturgia da Coordenação da Semana Missionária na Diocese de Imperatriz. Ele servirá de base para as equipes paroquiais de Liturgia organizarem as diversas celebrações entre os dias 13 e 20 de julho de 2013. Os roteiros são apenas sugestivos: cada paróquia deverá preparar as suas celebrações, de acordo com sua programação e realidade.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
O ÍCONE DA TRINDADE DE RUBLEV
Em preparação para a Solenidade da Santíssima Trindade, propomos uma reflexão sobre o famoso ícone de Andrej Rublev conhecido como Ícone da Trindade. É uma leitura iconográfica oriental sobre o episódio da "Hospitalidade de Abraão" (este é o nome oficial do ícone), quando ele acolheu três anjos, ocasião em que Sara, a estéril, ficou grávida de Isac.
O texto completo, de Alzira Fernandes, está disponível em: http://www.teresianasstj.com/index.php/pastoral/em-busca-da-fonte/173-o-icone-da-trindade-de-andre-rublev.
O ícone da Trindade de André Rublev
Alzira Fernandes
As três personagens misteriosas...
No ícone da Trindade e graças à arte da
iconografia, o espectador é conduzido ao centro do mistério do ícone: as
três personagens. O movimento das suas cabeças e dos olhares revela o
sentido da composição, mas nascem diversas interpretações no que
respeita às suas identidades. Adivinha-se ainda uma outra dificuldade: a
relação de uma personagem a outra parece acontecer fora da ordem lógica
do todo e fora das estruturas cronológicas. Será, por isso, necessário
entrar numa contemplação e meditação orante do ícone para adivinhar uma
resposta e interpretação possíveis.
As personagens apresentam uma
característica marcante: os seus traços são rigorosamente idênticos,
como se fosse o mesmo a ser representado três vezes. O mesmo rosto, o
mesmo tipo de cabelo, o mesmo corpo alongado. É uma mesma e única figura
que é três vezes representada em posições diferentes. Todos os três têm
na mão um ceptro, símbolo do poder, mas também é um bastão de
peregrinos do mundo. Possuem uma auréola para designar que têm igual
dignidade e realeza. As suas vestes contêm o azul, símbolo da verdade
divina que os habita. As asas que os circundam têm a mesma forma e
dimensão. O ícone representa o Deus único, um só Deus com a mesma
natureza divina em três pessoas. Mas cada personagem tem uma posição
diferente; tudo é efectivamente diferente: as cores, os gestos, a
direcção dos olhares.
O Filho
Pela sua posição, pela força das cores
do vestuário, uma das personagens parece sair da composição em direcção
ao observador. Ela está vestida como o Pantocrator das cúpulas, o Cristo
glorioso vestido com uma túnica vermelha escura e um manto azul. O
vermelho escuro é a cor da realeza, da riqueza e do amor. Recorda o
sangue do Filho derramado no sacrifício da cruz. A faixa dourada no
ombro direito, chamada clavis, sinal imperial no Império Bizantino,
representa o serviço do Grande Sacerdote que é simultaneamente
Celebrante e Vítima. A dilatação da manga simboliza o futuro sacrifício.
O azul do manto que cobre unicamente um dos ombros é a cor da
transcendência, das profundidades da vida divina e recorda que o Filho é
enviado para a salvação do mundo.
No entanto, a personagem do ícone de
Rublev não apresenta o rosto iconográfico típico do Cristo, porque não
tem barba; ele é o Filho de Deus e o Cristo será o Filho encarnado em
Jesus de Nazaré. Não se trata de Jesus de Nazaré glorificado, mas do
Filho eterno de Deus, antes mesmo do mistério da encarnação no tempo
e no espaço, mas pela veste ele o é
simultaneamente (Jo 1, 1.3). Esta personagem é a manifestação do Pai. A
posição e a cabeça inclinada para a direita revelam que ele recebe tudo
do Pai; é um sinal de submissão e do dom de si mesmo. Esta inclinação
corresponde à inclinação da cabeça do Cristo dos ícones da Crucifixão
(Fl 2, 6 sg.). Ele é o Verbo, a imagem do Pai.
Tudo o que Ele faz, fá-lo em união com o Pai, sobretudo a consagração do cálice, no qual se resume todo o seu ser.
O Pai
O movimento das personagens do centro e
da direita e, com elas, o da montanha e da árvore, é de inclinação para a
personagem da esquerda que tem uma postura mais direita que as outras
duas. O Filho e o Espírito inclinam-se perante o Pai, assim como toda a
Criação, numa atitude de adoração. A postura do Pai é de majestade
imutável e, por isso, centro do diálogo. Ele é a Origem, o Princípio sem
princípio; é o seu papel paternal. Apresenta os ombros cobertos, porque
é ele que envia o Filho e o Espírito. Através da sua veste transparente
e luminosa, sobressai o azul da divindade insondável, da transcendência
infinita daquele que é a fonte de toda a vida divina. Tudo é calmo
nele. Ele está numa posição de escuta do Verbo, para transmitir a
mensagem ao anjo colocado diante dele.
O Espírito Santo
Diante do Pai encontra-se o anjo que,
pela ligeira curvatura do seu corpo, simboliza a abertura total e parece
acolher as outras personagens, É o Espírito vivificante. Com a cabeça
ligeiramente inclinada, ele parece escutar com muita atenção o que os
outros dizem. Como que para registar e meditar. A sua veste é da cor da
divindade e da frescura da Primavera. O verde do manto simboliza o
crescimento, a fertilidade e a esperança. Este envolve-o num só ombro,
visto que ele é também um enviado do Pai, com o seu bastão de peregrino
do mundo até ao fim dos tempos. A túnica azul indica que a terceira
pessoa também é Deus, igual às outras duas. Do branco imaculado da mesa
destaca - se o gesto da mão como se ele quisesse confirmar o pedido do
Filho em se aproximando do cálice.
Os rostos, as mãos, os olhares
Os rostos são idênticos, porque as três
personagens são idênticas na sua natureza. Embora cada uma assuma uma
tarefa particular, as outras duas estão presentes e activas, na medida
em que a acção trinitária se realiza sempre a três. Não há distância
temporal, nem em hierarquia entra os três. São co-eternos.
A mão direita do Pai implica autoridade:
envia o Filho único ao mundo para estabelecer a eterna Aliança com a
humanidade. Mas também envia o Espírito da verdade e do amor. Uma bênção
pascal parte da mão direita do Pai e passa à mão direita do Filho. O
Filho bendiz, consagrando o cálice do cordeiro. A posição dos dedos
sugere um segundo movimento até à mão do Espírito com o dedo fino
ensina-nos isso, ela descansa no fundo branco da toalha com os quatro
cantos que simbolizam os quatro Evangelhos. O Espírito. Pela sua mão,
nos introduz no mistério do Cálice. O Pai, fonte eterna de toda a
bênção, bendiz através do Filho, verdadeiro Cordeiro Pasça, bênção que
se transmite ao mundo através do Espírito Santo. Toda a humanidade é
abençoada pela Trindade Santa.
O olhar do Pai exprime uma ordem e um
pedido, confirmando, assim, o sacrifício do Filho. O olhar do Filho
dirige-se para o anjo que se encontra à sua direita, um olhar que não se
pode desligar do outro, um olhar que corresponde ao amor do Pai e à
entrega de si. O olhar do Espírito dirigido para o cálice traduz a ideia
central do diálogo silencioso do Pai e do Filho. Fixa o cálice e parece
envolvê-lo. Mas ele está também levantado para o alto, unindo-se à
linha que une os olhares do Pai e do Filho. O Espírito é a difusão em
nós dos frutos do diálogo do Pai e do Filho.
SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - Pistas para Lectio Divina
Esta Solenidade não é um convite a
decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três
pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é
família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar
nesse mistério de amor.
A primeira leitura sugere-nos a contemplação do Deus
criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos
homens na beleza e na harmonia das obras criadas (Jesus Cristo é
“sabedoria” de Deus e o grande revelador do amor do Pai).
A segunda leitura convida-nos a contemplar o Deus que nos ama e que, por isso, nos “justifica”, de forma gratuita e incondicional. É através do Filho que os dons de Deus/Pai se derramam sobre nós e nos oferecem a vida em plenitude.
O Evangelho convoca-nos, outra vez, para
contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega
do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica
através do Espírito. A meta final desta “história de amor” é a
nossa inserção plena na comunhão com o Deus/amor, com o Deus/família,
com o Deus/comunidade.
EVANGELHO – Jo 16,12-15
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade,
Ele vos guiará para a verdade plena;
porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido
e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará,
porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu.
Por isso vos disse
que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
AMBIENTE
Estamos no contexto da última ceia e do discurso de despedida que antecede a “hora” de Jesus.
Depois de constituir a comunidade do amor e do
serviço (cf. Jo 13,1-17) e de apresentar o mandamento fundamental
que deve dar corpo à vida dessa comunidade (cf. Jo 15,9-17), Jesus vai
definir a missão da comunidade no mundo: testemunhar acerca de Jesus,
com a ajuda do Espírito (cf. Jo 15,26-27).
Jesus avisa, no entanto, que o caminho do testemunho deparará com a oposição decidida
da religião estabelecida e dos poderes de morte que dominam o mundo
(cf. Jo 16,1-4a); mas os discípulos contarão com o Espírito: Ele
ajudá-los-á e dar-lhes-á segurança no meio da perseguição (cf. Jo
16,8-11). De resto, a comunidade em marcha pela história
encontrar-se-á muitas vezes diante de circunstâncias históricas novas,
diante das quais terá de tomar decisões práticas: também aí
se verá a presença do Espírito, que ajudará a responder aos novos
desafios e a interpretar as circunstâncias à luz da mensagem de Jesus
(cf. Jo 16,12-15).
MENSAGEM
O tema fundamental desta leitura tem, portanto, a ver com a ajuda do Espírito aos discípulos em caminhada pelo mundo.
Jesus começa por dizer aos discípulos que há muitas
outras coisas que eles não podem compreender de momento (vers. 12).
Será o “Espírito da verdade” que guiará os discípulos para a
verdade, que comunicará tudo o que ouvir a Jesus e que
interpretará o que está para vir (vers. 13). Isto significa que Jesus
não revelou tudo o que havia para revelar ou que a sua proposta de
salvação/libertação ficou incompleta?
De forma nenhuma. As palavras de Jesus acerca da acção do Espírito
referem-se ao tempo da existência cristã no mundo, ao tempo que vai
desde a morte de Jesus até à “parusia”. Como será possível aos
discípulos, no tempo da Igreja, continuar a captar, na fé, a
Palavra de Jesus e a guiar a vida por ela? A resposta de Jesus é:
“pelo Espírito da verdade, que fará com que a minha proposta continue a
ecoar todos os dias na vida da comunidade e no coração de cada
crente; além disso, o Espírito ensinar-vos-á a entender a nova ordem que
se segue à cruz e à ressurreição e a discernir, a partir das
circunstâncias concretas diante das quais a vida vos vai colocar, como
proceder para continuar fiel às minhas propostas”. O Espírito não
apresentará uma doutrina nova, mas fará com que a Palavra de Jesus seja
sempre a referência da comunidade em caminhada pelo mundo e que essa
comunidade saiba aplicar a cada circunstância nova que a vida
apresentar, a proposta de Jesus.
Aonde irá o Espírito buscar essa verdade que vai transmitir continuamente aos discípulos? A resposta é: ao próprio Jesus (“receberá do que é meu e vo-lo anunciará” – vers.
14). Assim, Jesus continuará em comunhão, em sintonia com os
discípulos, comunicando-lhes a sua vida e o seu amor. Tal é a função do
Espírito: realizar a comunhão entre Jesus e os discípulos em marcha pela
história.
A última expressão deste texto (vers. 15) sublinha a comunhão
existente entre o Pai e o Filho. Essa comunhão atesta a unidade entre o
plano salvador do Pai, proposto nas palavras de Jesus e tornado
realidade na vida da Igreja, por acção do Espírito.
ATUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes desenvolvimentos:
♦ O Espírito aparece, aqui, como presença
divina na caminhada da comunidade cristã, como essa realidade que
potencia a fidelidade dinâmica dos crentes às propostas que o Pai,
através de Jesus, fez aos homens. A Igreja de que fazemos parte tem
sabido estar atenta, na sua caminhada histórica, às interpelações do
Espírito? Ela tem procurado, com a ajuda do Espírito, captar a Palavra
eterna de Jesus e deixar-se guiar por ela? Tem sabido, com a ajuda do
Espírito, continuar em comunhão com Jesus? Tem-se esforçado, com
a ajuda do Espírito, por responder às interpelações da história e
por actualizar, face aos novos desafios que o mundo lhe coloca, a
proposta de Jesus?
♦ Sobretudo, somos convidados a contemplar o
mistério de um Deus que é amor e que, através do plano de
salvação/libertação do Pai, tornado realidade viva e humana em
Jesus, e continuado pelo Espírito presente na caminhada dos crentes, nos
conduz para a vida plena do amor e da felicidade total – a vida do
Homem Novo, a vida da comunhão e do amor em plenitude.
♦ A celebração da Solenidade da Trindade não
pode ser a tentativa de compreender e decifrar essa estranha charada de
“um em três”. Mas deve ser, sobretudo, a contemplação de um Deus que é
amor e que é, portanto, comunidade. Dizer que há três pessoas em Deus,
como há três pessoas numa família – pai, mãe e filho – é afirmar três
deuses e é negar a fé; inversamente, dizer que o Pai, o Filho e o
Espírito são três formas de apresentar o mesmo Deus, como três
fotografias do mesmo rosto, é negar a distinção das três pessoas e é,
também, negar a fé. A natureza divina de um Deus amor, de um Deus
família, de um Deus comunidade, expressa-se na nossa linguagem
imperfeita das três pessoas. O Deus família torna-se trindade de
pessoas distintas, porém unidas. Chegados aqui, temos de parar, porque a
nossa linguagem finita e humana não consegue “dizer” o mistério de
Deus.
♦ As nossas comunidades cristãs são,
realmente, a expressão desse Deus que é amor e que é comunidade –
onde a unidade significa amor verdadeiro, que respeita a
identidade e a especificidade do outro, numa experiência verdadeira de
amor, de partilha, de família, de comunidade?
(Fonte: PORTAL DOS DEHONIANOS DE PORTUGAL www.dehonianos.org - com adaptações)
domingo, 31 de março de 2013
Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor
Para concluir as postagens sobre a Semana Santa e o Tríduo Pascal, publicamos agora as orientações litúrgicas para o Domingo da Ressurreição do Senhor, com a Missa do Dia, de acordo com a Carta Circular Paschalis Sollemnitatis (1988):
B) O dia da Páscoa97. A missa do dia da Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Em lugar do ato penitencial, é muito conveniente fazer a aspersão com a água benzida durante a celebração da vigília. Durante a aspersão, pode-se cantar a antífona Vidi aquam ou outro cântico de caráter batismal. Com essa mesma água convém encher os recipientes (vasos, pias) que se encontram à entrada da igreja,98. Conserve-se, onde ainda está em vigor, ou, segundo a oportunidade, instaure-se a tradição de celebrar as vésperas batismais do dia da Páscoa, durante as quais ao canto dos salmos se faz a procissão à fonte,[103]99. O círio pascal, colocado junto do ambão ou perto do altar, permaneça aceso ao menos em todas as celebrações litúrgicas mais solenes deste tempo, tanto na missa como nas laudes e vésperas, até ao domingo de Pentecostes, Depois, o círio é conservado bom a devida honra no batistério, para acender nele os círios dos neo-batizados. Na celebração das exéquias o círio pascal seja colocado junto do féretro, para indicar que a morte é para o cristão a sua verdadeira Páscoa.
Por fim, disponibilizamos um vídeo do YouTube com a Sequência da Páscoa "Victimae Paschali laudes" - "Cantai cristãos, afinal". Esta é apenas uma das diversas melodias possíveis para o texto poético da Sequência:
sábado, 30 de março de 2013
VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA - Orientações Litúrgicas
Continuando nossas postagens sobre a Semana Santa e o Tríduo Pascal, disponibilizamos aqui as orientações da Carta Circular Paschalis Sollemnitatis sobre a celebração das Festas Pascais, da Congregação para o Culto Divino (1988), sobre a Vigília Pascal. Lembremo-nos que a Vigília Pascal não é celebração propriamente do Sábado Santo, mas já do Domingo de Páscoa!
77. Segundo uma antiquíssima tradição, esta noite é “em honra do Senhor”[79], e a vigília que nela se celebra, comemorando a noite santa em que o Senhor ressuscitou, deve ser considerada como “mãe de todas as santas vigílias”.[80] Nesta vigília, de fato, a Igreja permanece à espera da ressurreição do Senhor e celebra-a com os sacramentos da iniciação cristã.[81]a) Significado da característica noturna da vigília pascal78. “Toda a vigília pascal seja celebrada durante a noite, de modo que não comece antes do anoitecer e sempre termine antes da aurora de domingo”,[82] Esta regra deve ser interpretada estritamente. Qualquer abuso ou costume contrário, às vezes verificado, de se antecipar a hora da celebração da vigília pascal para horas em que, habitualmente, se celebram as missas vespertinas antes dos domingos, deve ser reprovado.[83] As razões apresentadas para antecipar a vigília pascal, como por exemplo a insegurança pública, não se têm em conta no caso da noite de Natal ou de reuniões que se realizam de noite.79. A vigília pascal, na qual os judeus esperaram a passagem do Senhor que os libertaria da escravidão do Faraó, foi por eles observada como memorial a ser celebrado todos os anos; era a figura da futura e verdadeira Páscoa de Cristo, isto é, da noite da verdadeira libertação, na qual.. Jesus rompeu o inferno, ao ressurgir da morte vencedor”.[84]80. Desde o início a Igreja tem celebrado a Páscoa anual, solenidade das solenidades, com uma vigília noturna. Com efeito, a ressurreição de Cristo é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança, e por meio do Batismo e da Confirmação fomos inseridos no mistério pascal de Cristo: mortos, sepultados e ressuscitados com Ele, com Ele também havemos de reinar.[85]b) A estrutura da vigília pascal e a importância dos seus elementos e das suas partes81. A vigília tem a seguinte estrutura: depois do lucernário e da proclamação da Páscoa (primeira parte da vigília), a santa Igreja contempla as maravilhas que Deus operou em favor do seu povo desde o início (segunda parte ou liturgia da Palavra), até ao momento em que, com os seus membros regenerados pelo Batismo (terceira parte), é convidada à mesa, preparada pelo Senhor para o seu povo, memorial da sua morte e ressurreição, à espera da sua nova vinda (quarta parte).[87]Esta estrutura dos ritos por ninguém pode ser mudada arbitrariamente.82. A primeira parte compreende ações simbólicas e gestos, que devem ser realizados com tal dignidade e expressividade, de maneira que os fiéis possam verdadeiramente compreender o significado, sugerido pelas advertências e orações litúrgicas.Na medida em que for possível, prepare-se fora da igreja, em lugar conveniente, o braseiro para a bênção do fogo novo, cuja chama deve ser tal que dissipe as trevas e ilumine a noite.Prepare-se o círio pascal que, no respeito da veracidade do sinal, “deve ser de cera, novo cada ano, único, relativamente grande, nunca artificial, para poder recordar que Cristo é a luz do mundo. A bênção do círio seja feita com os sinais e palavras indicados no Missal ou por outros aprovados pela Conferência Episcopal.[88]83. A procissão com que o povo entra na igreja deve ser iluminada unicamente pela luz do círio pascal. Assim como os filhos de Israel eram guiados de noite pela coluna de fogo, assim também os cristãos, por sua vez, seguem a Cristo ressuscitado. Nada impede que, a cada resposta Demos graças a Deus!, se acrescente outra aclamação dirigida a Cristo.A luz do círio pascal passará, gradualmente, às velas que os fiéis têm em suas mãos, permanecendo ainda apagadas as lâmpadas elétricas.84. O diácono faz a proclamação da Páscoa, magnífico poema lírico que apresenta todo o mistério pascal inserido na economia da salvação. Se necessário, ou por falta de diácono ou por impossibilidade do sacerdote celebrante, tal proclamação seja confiada a um cantor. As conferências episcopais podem adaptar convenientemente esta proclamação, introduzindo nela algumas aclamações da assembléia.[89]85. As leituras da Sagrada Escritura formam a segunda parte da vigília. Elas descrevem os acontecimentos culminantes da história da salvação, que os fiéis devem poder tranqüilamente meditar por meio do canto do Salmo responsorial, do silêncio e da oração do celebrante.O renovado Ordo da vigília compreende sete leituras do Antigo Testamento, tomadas dos livros da lei e dos profetas, já utilizadas com freqüência nas antigas tradições litúrgicas tanto do Oriente como do Ocidente; e duas leituras do Novo Testamento, tomadas das cartas dos apóstolos e do Evangelho. Desta maneira, a Igreja “começando por Moisés e seguindo pelos profetas”[90], interpreta o mistério pascal de Cristo. Portanto, na medida em que for possível, leiam-se todas as leituras de maneira que se respeite completamente a natureza da vigília pascal, que exige uma certa duração.Todavia, onde as circunstâncias de natureza pastoral exigem que se reduza ainda o número das leituras, leiam-se ao menos três do Antigo Testamento, a saber, dos livros da lei e dos profetas; nunca se pode omitir a leitura do capítulo 14 do Êxodo, com o seu cântico.[91]86. O significado tipológico dos textos do Antigo Testamento tem as suas raízes no Novo, e aparece sobretudo na oração pronunciada pelo celebrante depois de cada uma das leituras; para chamar a atenção dos fiéis, poderá ser também útil uma breve introdução para que compreendam o significado das mesmas. Tal introdução pode ser feita pelo próprio sacerdote celebrante ou pelo diácono. As Comissões litúrgicas nacionais ou diocesanas poderão cuidar da preparação de subsídios oportunos, que sirvam de ajuda aos pastores.Depois da leitura canta-se o salmo com a resposta do povo. Na repetição destes diversos elementos mantenha-se um ritmo que possa favorecer a participação e a devoção dos fiéis.[92] Evite-se com todo o cuidado que os salmos sejam substituídos por canções populares.87. No final das leituras do Antigo Testamento canta-se o Glória a Deus, tocam-se os sinos segundo os usos locais, pronuncia-se a oração e passa-se às leituras do Novo Testamento. Lê-se a exortação do apóstolo sobre o Batismo, entendido como inserção no mistério pascal de Cristo.Depois, todos se levantam: o sacerdote entoa por três vezes o Aleluia, elevando gradualmente a voz, e o povo repete-o.[93] Se necessário, o sal. mista ou um cantor entoa o Aleluia, que o povo prossegue intercalando a aclamação entre os versículos do Salmo 117, tantas vezes citado pelos apóstolos na pregação pascal.[94] Por fim, com o Evangelho é anunciada a ressurreição do Senhor, como ápice de toda a liturgia da Palavra. Não se deve omitir a homilia, ainda que seja breve.88. A terceira parte da vigília é constituída pela liturgia batismal. A Páscoa de Cristo e nossa é agora celebrada no sacramento. Isto pode ser expresso de maneira mais completa nas igrejas que têm a fonte batismal, e sobretudo quando tem lugar a iniciação cristã dos adultos ou, pelo menos, o batismo de crianças.[95] Mesmo que não haja a cerimônia do Batismo, nas igrejas paroquiais deve-se fazer a bênção da água batismal. Quando esta bênção não é feita na fonte batismal mas no presbitério, num segundo momento a água batismal seja levada ao batistério, onde será conservada durante todo o tempo pascal.[96] Onde não haja a cerimônia do Batismo nem se deva benzer a água batismal, a memória do Batismo é feita na bênção da água que depois servirá para aspergir o povo.[97]89. Em seguida tem lugar a renovação das promessas batismais, introduzida com uma palavra do celebrante. Os fiéis, de pé e com as velas acesas na mão, respondem às interrogações.Depois eles são aspergidos com a água: desse modo, gestos e palavras recordam-lhes o Batismo recebido. O sacerdote celebrante asperge o povo passando pela nave da igreja, enquanto todos cantam a antífona Vidi aquam ou outro cântico de caráter batismal.[98]90. A celebração da Eucaristia forma a quarta parte da vigília e o seu ápice, sendo de modo pleno o sacramento da Páscoa, ou seja, memorial do sacrifício da cruz e presença de Cristo ressuscitado, consumação da iniciação cristã e antegozo da Páscoa eterna.91. Recomenda-se não celebrar apressadamente a liturgia eucarística; é muito conveniente que todos os ritos e as palavras que os acompanham alcancem toda a sua força expressiva: a oração universal, mediante a qual os neófitos participam pela primeira vez como fiéis e exercem o seu sacerdócio real[99]; a procissão do ofertório, com a participação dos neófitos, se estiverem presentes; a oração eucarística primeira, segunda ou terceira, possivelmente cantada, com os seus embolismos próprios[100]; a comunhão eucarística, que é o momento da plena participação no mistério celebrado. Durante a Comunhão é oportuno’ cantar o Salmo 117, com a antífona Cristo, nossa Páscoa, ou o Salmo 33, com a antífona Aleluia, Aleluia, Aleluia, ou outro cântico de júbilo pascal.92. É muito desejável que na comunhão da vigília pascal se alcance a plenitude do sinal eucarístico, recebido sob as espécies do pão e do vinho. O ordinário do lugar julgue sobre a oportunidade desta concessão e das suas modalidades.[101]c) Algumas advertências pastorais93. A liturgia da vigília pascal seja realizada de modo a poder oferecer ao povo cristão a riqueza dos ritos e das orações; é importante que seja respeitada a verdade dos sinais, se favoreça a participação dos fiéis e seja assegurada a presença de ministros, leitores e cantores.94. É desejável que, segundo as circunstâncias, seja prevista a reunião de diversas comunidades numa mesma igreja, quando, por razão da proximidade das igrejas ou do reduzido número de participantes, não se possa ter uma celebração completa e festiva. Favoreça-se a participação de grupos particulares na celebração da vigília pascal, na qual todos os fiéis, formando uma única assembléia, possam experimentar de modo mais profundo o sentido de pertença à mesma comunidade eclesial.Os fiéis que, por motivo das férias, estão ausentes da própria paróquia sejam convidados participar na celebração litúrgica no lugar onde se encontram.95. Ao anunciar a vigília pascal, evite-se apresentá-la como o último ato do Sábado Santo. Diga-se antes que a vigília pascal se celebra “na noite da Páscoa” e como um único ato de culto. Recomenda-se encarecidamente aos pastores insistir na formação dos fiéis sobre a importância de se participar em toda a vigília pascal.[102]96. Para poder celebrar a vigília pascal com o máximo proveito, convém que os próprios pastores adquiram um conhecimento melhor tanto dos textos como dos ritos, a fim de poderem dar uma mistagogia que seja autêntica.
SÁBADO SANTO - Silêncio e Dor junto ao Sepulcro
(Nossa Senhora das Dores, obra do escultor Aleijadinho)
Neste Sábado Santo, momento de silêncio profundo junto ao túmulo de Jesus, apresentamos algumas orientações da Carta Paschalis Sollemnitatis, assim como fizemos para os outros dias da Semana Santa:
73. Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, a sua descida aos infernos[75], e esperando na oração e no jejum a sua ressurreição. Recomenda-se com insistência a celebração do oficio da leitura e das laudes com a participação do povo (cf. n. 40). Onde isto não é possível, prepare-se uma celebração da palavra ou um pio exercício que corresponda ao mistério deste dia.[76]74. Podem ser expostas na igreja, para a veneração dos fiéis, a imagem de Cristo crucificado ou deposto no sepulcro, ou uma imagem da sua descida aos infernos, que ilustra o mistério do Sábado Santo, bem como a imagem da Santíssima Virgem das Dores.75. Neste dia a Igreja abstém-se absolutamente do sacrifício da missa.[77] A sagrada Comunhão só pode ser dada como viático. Não se conceda a celebração de matrimônios nem a administração de outros sacramentos, exceto os da Penitência e da Unção dos Enfermos.76. Os fiéis sejam instruídos sobre a natureza particular do Sábado Santo.[78] Os usos e as tradições de festa vinculados com este dia por causa da antiga antecipação da vigília para o Sábado Santo devem ser transferidos para a noite ou para o dia da Páscoa.
Assinar:
Postagens (Atom)